Quantas vezes passamos por ela sem realmente a olhar? Quantas vezes ignoramos a sua beleza? Quantas vezes ignoramos as pessoas que andam nas suas belas calçadas, que tanta história devem de ter para contar?
Neste final de tarde, com o pensamento longe, parámos e limitámo-nos a observar toda a beleza, toda a azáfama, todos os cheiros, todos os vendedores de rua a tentar a sua sorte, o tocar de um trombone ao fundo da rua, uma multidão a cercar um homem que demonstra os seu dotes mágicos ao levitar-se do chão, uma estátua que afinal tem vida, crianças a correr e tentar rebentar bolas de sabão que se desvanecem a um simples sopro, o cheiro a castanhas assadas, quentes e boas como as apregoam, e que boas que elas são...
Apenas parar e não pensar, apenas olhar, apenas desfrutar da sua companhia, que saudades que eu já tinha, por vezes esquecemos de desfrutar das coisas mais simples da vida, esquecemos-nos de parar e olhar, verdadeiramente olhar. Naquele momento, sentimo-nos bem, com vontade de sorrir, com vontade de rir apenas porque sim, sem qualquer motivo aparente, longe de tudo e ao mesmo tempo tão perto, apenas divagando nas ruas estreitas e misteriosas desta bela cidade, sem pensar em nada, apenas olhar.
